Pau dos Ferros (RN) — 16 de agosto de 2025. A manhã de sábado ganhou outro compasso na feira livre de Pau dos Ferros: berimbaus, atabaques e palmas costuraram uma roda de capoeira aberta ao público, ocupando as imediações do Mercado Público com corpo, canto e história. Foi mais uma edição do projeto “Tradicional Roda da Feira: Patrimônio Imaterial da Humanidade e Cultura Viva na feira livre”, ação que vem se consolidando no calendário cultural da cidade e que, nesta semana, reuniu capoeiristas de diferentes idades, feirantes e curiosos para celebrar a cultura popular em seu habitat natural: a rua.
Idealizada e puxada pelo Grupo de Capoeira Berimbaus do Oeste (GCBO), a roda é itinerante dentro do circuito da feira e costuma acontecer aos sábados, quando o vai-e-vem de compradores transforma o centro da cidade em um palco a céu aberto. Registros deste 16 de agosto mostram a vibração de quem parou para assistir, fotografar e entrar no coro — prova de que a capoeira, quando se encontra com a feira, vira ponte entre gerações e territórios.
Idealizada e puxada pelo Grupo de Capoeira Berimbaus do Oeste (GCBO), a roda é itinerante dentro do circuito da feira e costuma acontecer aos sábados, quando o vai-e-vem de compradores transforma o centro da cidade em um palco a céu aberto. Registros deste 16 de agosto mostram a vibração de quem parou para assistir, fotografar e entrar no coro — prova de que a capoeira, quando se encontra com a feira, vira ponte entre gerações e territórios.
Capoeira na rua, com selo de patrimônio
A escolha por acontecer na feira não é acaso: além de democratizar o acesso, a roda conecta Pau dos Ferros a uma história que o mundo já reconhece. Em 2014, a “Roda de Capoeira” foi inscrita na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, reconhecimento que valoriza o ritual completo — música, canto, jogo, instrumentos e o ofício dos mestres — e não apenas a luta em si. Levar esse patrimônio para o encontro cotidiano da feira é, ao mesmo tempo, salvaguarda e pedagogia pública.
Mais que espetáculo: política pública em prática
A presença da capoeira na rua dialoga com o ambiente de políticas culturais no município. Em julho de 2025, a Câmara Municipal aprovou a Lei nº 2.073/2025, que institui o Programa de Proteção e Promoção dos Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres das Culturas Populares de Pau dos Ferros — uma diretriz que, na prática, fortalece mestres de tradição como os da capoeira. Já no campo do patrimônio local, a Lei nº 1.574/2017 reconhece como bem imaterial a FARPA (Feira do Artesanato Pau-ferrense), sinal de que a cidade vem incorporando a feira e seus fazeres ao universo da salvaguarda. A “Roda da Feira” se insere naturalmente nesse ecossistema, tensionando e ativando o espaço público como lugar de cultura viva.
Por que importa
Educação patrimonial ao alcance de todos: quem atravessa a feira encontra não só um espetáculo, mas um convite a aprender sobre ancestralidade africana, musicalidade e respeito aos mestres — tudo isso sem bilheteria.
Economia criativa em movimento: a roda aquece a circulação na feira, prolonga a permanência do público e favorece quem vende e quem toca — do feirante ao artesão e ao músico popular.Pertencimento e visibilidade: ao ocupar o coração da cidade, a capoeira reforça identidades locais e amplia a presença de crianças, mulheres e idosos em atividades culturais de rua.
Próximos passos
A continuidade da “Tradicional Roda da Feira” depende da mesma engrenagem que a fez nascer: organização de base, parcerias culturais e políticas públicas que garantam infraestrutura mínima (som, segurança de circulação e comunicação comunitária). A sinergia com agendas maiores da cidade — como a temporada de eventos e feiras municipais — tende a potencializar públicos e reforçar a capoeira como um bem comum vivido na rua.
Projeto: "Tradicional Roda da Feira: Patrimônio Imaterial da Humanidade e Cultura Viva na Feira Livre"
Apoio:Fundação José Augusto , Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Norte,Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Realização: Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Apoio:Fundação José Augusto , Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Norte,Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Realização: Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal.
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